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Notícias
6 de julho de 2015

Consciencializar sobre os efeitos da fadiga crónica e fibromialgia






O estigma

O Dr. Joaquín Fernández alertou, numa conferência organizada pela "Fundación Crèdit Andorrá", com a colaboração da "Amare" - Associação de Doenças Reumáticas, Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica -, para a estigmatização que ainda sofrem os doentes com fadiga crónica e fibromialgia.

O médico coordenador da Unidade Hospitalar de Fadiga Crónica do Hospital Clínico de Barcelona, destacou a necessidade de conscencializar a sociedade para os problemas que enfrentam os pacientes com estas doenças. Destacou o facto de, frequentemente, não se ser consciente das incapacidades que estas patologias provocam e de as pessoas que delas padecem se sentirem estigmatizadas.

O objectivo de conferências como esta, destacou o Dr. Fernández, é sensibilizar a sociedade e contribuir para que estas doenças sejam consideradas "normais". O médico alertou para o facto de a sociedade não ser consciente devido ao facto de estes pacientes não apresentarem sintomas externos.


O peso da percentagem

Em 80% dos casos, uma pessoa com fibromialgia deixa de conseguir trabalhar em cinco anos.

Por causa disto é frequente os doentes ficarem em situações económicas complicadas já que os governos são relutantes em atribuir a condição de invalidez, por estas condições.

A causa para isto acontecer é que os doentes de fibromialgia e fadiga crónica representam 4% da população (Espanha), pelo que a Segurança Social age de forma muito restritiva. De facto, acrescentou o Dr. Fernàndez, existem muitos médicos que preferem nem sequer iniciar o processo para diagnosticar estas doenças "por medo que o doente fique muitas vezes com incapacidade temporária para o trabalho ou queira pedir reforma por invalidez".


Diagnóstico tardio

O Dr. Fernàndez lamentou que este tipo de doença acabe por ser diagnosticada apenas passados anos de sofrimento. Um diagnóstico precoce, afirmou, ainda que não consiga curar a doença, pode ajudar bastante o paciente que seria encaminhado para a prática de alguns hábitos benéficos.

O facto de não existir cuidado, da sociedade "não entender" os efeitos destas doenças e de "não haver recursos suficientes para uma investigação continuada" faz com que o principal papel da medicina acabe por ser apenas o de fornecer cuidados paliativos para as consequências das doenças. O apoio psicológico é outro dos pilares fundamentais já que, muitas vezes, os doentes acabam por sofrer depressões quando se vêem incapazes de fazer uma vida "normal".


Adaptação laboral

É ainda necessário assegurar uma readaptação laboral para que os doentes possam adaptar os seus horários de trabalho às necessidades específicas da doença, disse o Dr. Fernàndez.


Falta de atenção

Muitas vezes, este tipo de doentes sentem-se "mal atendidos" inclusivé quando recorrem a um serviço de urgência. Se dizem "tenho fibromialgia" acabarão, na maioria dos casos, sendo relegados para último plano e "despachados" com uma injecção intramuscular, sem sequer despistarem outro tipo de patologia.

Em Espanha apenas sete das dezassete comunidades autónomas, dispõem de programas de atenção para a fadiga crónica e que apenas uma, a Catalunha, tem um programa para a fibromialgia.


Por seu lado, a directora da Fundação, Francesca Ros, lamentou que hoje em dia "ainda não haja um marcador de diagnóstico específico para este tipo de doenças e ainda não se tenha superado o escasso conhecimento familiar, laboral e social relativo às mesmas". Por todos estes motivos são tão importantes as conferências como esta.




@ ara andorra
Maio de 2015
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