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11 de abril de 2015

A reportagem do Expresso ou a Circular normativa nº12 de 2004


Actualização .:. peço imensa desculpa mas só agora percebi que o acesso ao documento estava limitado. Já alterei as definições pelo que agora já todas as pessoas podem ler e fazer a descarga desta Circular. - 15 Abril

A reportagem que o Expresso fez àcerca da fibromialgia, por causa da nossa concentração de 9 de Abril foi feia. 
Deturpou informações, inventou informações e não fez nada que se pareça com uma investigação séria. Ninguém estava à espera de semelhante coisa por parte do Expresso.

No entanto, o seu a seu dono. As afirmações mais gravosas e ridículas, as que estão a indignar a maior parte dos guerreiros fibro e dos fibro amigos, estão contidas num documento "oficial". Nem mais nem menos do que na Circular Normativa nº12, de 2004 da qual me atrevo a transcrever o "pedaço" que diz respeito à fibromialgia, a págs. 33 e seguintes:
Fibromialgia


Definição

A fibromialgia (FM) é uma doença reumática de causa desconhecida e natureza funcional, que origina dores generalizadas nos tecidos moles, sejam músculos, ligamentos ou tendões, mas não afecta as articulações ou os ossos.
A dor causada pela FM é acompanhada de alterações quantitativas e qualitativas do sono, fadiga, cefaleias e alterações cognitivas, como perda de memória e dificuldade de concentração, parestesias/disestesias, irritabilidade e, em cerca de 1/3 dos casos, depressão.

Factores de risco

A FM atinge cerca de 2% da população adulta. 
São factores de risco:
a) o sexo (as mulheres são 5 a 9 vezes mais afectadas do que os homens);
b) a idade (inicia-se entre os 20 e os 50 anos)
As crianças e jovens também podem sofrer de FM, mas durante a idade escolar a frequência é igual em ambos os sexos.

Prevenção

O diagnóstico da FM é essencialmente clínico, servindo os exames auxiliares de diagnóstico para excluir outras doenças que se lhe podem assemelhar.

O diagnóstico da FM assenta na presença de:

a) dor musculoesquelética generalizada, ou seja, abaixo e acima da cintura e nas metades esquerda e direita do corpo;
b) dor com mais de três meses de duração;
c) existência de pontos dolorosos à pressão digital em áreas simétricas do corpo e com localização bem estabelecida.

Embora seja necessária a presença de pelo menos 11 pontos dolorosos, em 18 possíveis, para classificar esta síndrome, aquele número pode não ser necessário para estabelecer o diagnóstico.
Deve ser feito o diagnóstico diferencial com doença reumática inflamatória, disfunção tiroideia e patologia muscular.

Não existem normas de prevenção primária para a FM. 

Contudo, são conhecidos os factores de risco associados com estados de dor crónica generalizada:

a) sexo feminino;
b) idade entre 40 e 60 anos;
c) baixo rendimento económico;
d) baixo nível educacional;
e) divorciados/separados.

Também são conhecidas as características da personalidade pró-dolorosa:

a) trabalhadores dedicados;
b) indivíduos com actividade excessiva;
c) perfeccionismo compulsivo;
d) incapacidade para o relaxamento e o desfrute da vida;
e) negação de conflitos emocionais e interpessoais;
f) incapacidade para lidar com situações hostis;
g) necessidade de carinho;
h) dependência de tipo infantil.

Estão, também, tipificados os sinais de alerta para o desenvolvimento da FM:

a) história familiar da doença;
b) síndrome dolorosa prévia;
c) preocupação com o prognóstico de outras doenças coexistentes;
d) traumatismo vertebral, especialmente cervical;
e) incapacidade para lidar com adversidades;
f) história de depressão/ansiedade;

g) sintomas persistentes de “virose”;
h) alterações do sono;
i) disfunção emocional significativa;
j) dor relacionada com a prática da profissão.
O conhecimento destes sinais de alerta torna possível a intervenção precoce e as prevenções secundária e terciária, evitando o agravamento da FM e o desenvolvimento de complicações. O êxito destas acções depende, contudo, dos profissionais dos cuidados primários de saúde conhecerem e valorizarem os factores que se associam, precedem e acompanham esta entidade, bem como os que agravam o seu prognóstico.

Tratamento

A FM deve ser tratada nos cuidados primários de saúde.
Após o diagnóstico, uma explicação sobre a natureza da doença é crucial para o seu bom tratamento. O doente deve, também, ser informado sobre os seus factores de alívio e agravamento, sobre o habitual bom prognóstico da doença. O doente deve, ainda, ser aconselhado sobre estilos de vida, prática e tipo de exercício e atitudes de relaxamento.
Os fármacos utilizados, com mais eficácia, são os analgésicos, os anti-depressivos tricíclicos e os inibidores selectivos de recaptação da serotonina, os relaxantes musculares e os indutores do sono.
A prática regular de exercício físico está indicada.
Outras formas terapêuticas, bem como a intervenção da reumatologia, psiquiatria e outras especialidades médicas ou de outros profissionais de saúde não médicos são necessárias com alguma frequência.

Acompanhamento

A FM não causa deformações ou incapacidade física permanentes, mas muitos doentes são intolerantes à medicação e, dos que a toleram, menos de 50% apresentam melhorias significativas.
Nos centros especializados a taxa de sucessos terapêuticos chega a atingir 60%.
As profissões que exigem a manutenção prolongada na mesma postura, movimentos repetitivos e elevação frequente e/ou mantida dos membros superiores, são as mais difíceis de tolerar.
A experiência evidencia que, em geral, o doente reformado antecipadamente devido à FM, piora posteriormente em resultado dos seguintes factores:
a) menor actividade física;
b) redução dos ambientes distrativos;
c) agravamento da depressão;
d) sentimentos de inutilidade;
e) maior disponibilidade para pensar na doença.
Os doentes fibromiálgicos devem ser periodicamente avaliados, quer sobre a evolução das queixas, quer acerca de eventuais efeitos adversos da terapêutica.
Não existem critérios de remissão da doença mas, tendo em conta os objectivos do tratamento, a dor deve ser avaliada com instrumentos de medida validados.
É essencial a comparação sistemática dos seguintes parâmetros em relação às avaliações anteriores:
a) nível de actividade;
b) perfeccionismo;
c) assertividade;
d) capacidade de lidar com as dificuldades e o stress;
e) sensibilidade à dor;
f) depressão;
g) alterações do sono;
h) ansiedade/angústia.
Para alguns destes pontos pode ser importante obter informação juntos dos conviventes directos do doente.
A periodicidade do acompanhamento depende da gravidade da FM e das características das entidades associadas.

Referenciação

Em cerca de 60 a 70% dos doentes com FM verifica-se ineficácia terapêutica e/ou intolerância medicamentosa, por vezes importante. Nestes casos, está indicada a referenciação à reumatologia para reavaliação e eventual orientação terapêutica.

Fazer a descarga do documento completo aqui.

Isto não desculpa, de forma alguma, o mau trabalho feito pela jornalista. Para ela será só mais um tema, para nós é o que nos mudou a vida. 
Sabe, senhora jornalista? Nem tudo o que está escrito é. A senhora acabou de dar a melhor prova disso mesmo.

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4 comentários:

  1. Desculpe-me quem escreveu isto...mas que disparate é este????
    "A experiência evidencia que, em geral, o doente reformado antecipadamente devido à FM, piora posteriormente em resultado dos seguintes factores:
    a) menor actividade física;( sim, se o doente precisar de mais actividade física pode recorrer `fisioterapia ou pequenos percursos a pé em ambiente descontraído e não sob pressão, certo???)
    b) redução dos ambientes distrativos;( o local de trabalho é um ambiente de diversão? Talvez os trabalhadores do Teatro ou do Circo...)
    c) agravamento da depressão; ( quem diria, por acaso existem os antidepressivos)
    d) sentimentos de inutilidade; ( inutilidade é uma pessoa querer trabalhar e não conseguir dar o seu melhor, sentindo-se diminuída sim, em relação aos colegas de trabalho)
    e) maior disponibilidade para pensar na doença. ( Que engraçado! A dor não escolha horas e quando se está com dores ou cansaço extremo, não se pode deixar de pensar que tem uma doença!).

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  2. O responsável pelo documento será o Ministro da Saúde à época e o documento está assinado pelo Director Geral e Alto Comissário da Saúde, Prof. Doutor José Pereira Miguel.
    Isto ultrapassa o disparate mas existe, está em vigor, está válido perante os profissionais de saúde portugueses e para os jornalistas, como ficou evidente nesta reportagem do Expresso.
    Mudar este documento será uma batalha urgente na já longa guerra que travamos pelo respeito ao doente fibromiálgico.

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  3. Grosseira desinformação do Expresso.

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  4. Como pode uma simples pessoa escrever e afirmar tamanho disparate.
    Poucos detalhes de verdade.
    #Eusoufibromialgica

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