Actualização .:. peço imensa desculpa mas só agora percebi que o acesso ao documento estava limitado. Já alterei as definições pelo que agora já todas as pessoas podem ler e fazer a descarga desta Circular. - 15 Abril
A reportagem que o Expresso fez àcerca da fibromialgia, por causa da nossa concentração de 9 de Abril foi feia.
Deturpou informações, inventou informações e não fez nada que se pareça com uma investigação séria. Ninguém estava à espera de semelhante coisa por parte do Expresso.
No entanto, o seu a seu dono. As afirmações mais gravosas e ridículas, as que estão a indignar a maior parte dos guerreiros fibro e dos fibro amigos, estão contidas num documento "oficial". Nem mais nem menos do que na Circular Normativa nº12, de 2004 da qual me atrevo a transcrever o "pedaço" que diz respeito à fibromialgia, a págs. 33 e seguintes:
Fibromialgia
Definição
A fibromialgia (FM) é uma doença reumática de causa desconhecida e natureza funcional, que origina dores generalizadas nos tecidos moles, sejam músculos, ligamentos ou tendões, mas não afecta as articulações ou os ossos.
A dor causada pela FM é acompanhada de alterações quantitativas e qualitativas do sono, fadiga, cefaleias e alterações cognitivas, como perda de memória e dificuldade de concentração, parestesias/disestesias, irritabilidade e, em cerca de 1/3 dos casos, depressão.Factores de risco
A FM atinge cerca de 2% da população adulta.São factores de risco:
a) o sexo (as mulheres são 5 a 9 vezes mais afectadas do que os homens);
b) a idade (inicia-se entre os 20 e os 50 anos)As crianças e jovens também podem sofrer de FM, mas durante a idade escolar a frequência é igual em ambos os sexos.Prevenção
O diagnóstico da FM é essencialmente clínico, servindo os exames auxiliares de diagnóstico para excluir outras doenças que se lhe podem assemelhar.O diagnóstico da FM assenta na presença de:
a) dor musculoesquelética generalizada, ou seja, abaixo e acima da cintura e nas metades esquerda e direita do corpo;
b) dor com mais de três meses de duração;
c) existência de pontos dolorosos à pressão digital em áreas simétricas do corpo e com localização bem estabelecida.
Embora seja necessária a presença de pelo menos 11 pontos dolorosos, em 18 possíveis, para classificar esta síndrome, aquele número pode não ser necessário para estabelecer o diagnóstico.
Deve ser feito o diagnóstico diferencial com doença reumática inflamatória, disfunção tiroideia e patologia muscular.
Não existem normas de prevenção primária para a FM.
Contudo, são conhecidos os factores de risco associados com estados de dor crónica generalizada:
a) sexo feminino;
b) idade entre 40 e 60 anos;
c) baixo rendimento económico;
d) baixo nível educacional;
e) divorciados/separados.
Também são conhecidas as características da personalidade pró-dolorosa:
a) trabalhadores dedicados;
b) indivíduos com actividade excessiva;
c) perfeccionismo compulsivo;
d) incapacidade para o relaxamento e o desfrute da vida;
e) negação de conflitos emocionais e interpessoais;
f) incapacidade para lidar com situações hostis;
g) necessidade de carinho;
h) dependência de tipo infantil.
Estão, também, tipificados os sinais de alerta para o desenvolvimento da FM:
a) história familiar da doença;
b) síndrome dolorosa prévia;
c) preocupação com o prognóstico de outras doenças coexistentes;
d) traumatismo vertebral, especialmente cervical;
e) incapacidade para lidar com adversidades;
f) história de depressão/ansiedade;
g) sintomas persistentes de “virose”;
h) alterações do sono;
i) disfunção emocional significativa;
j) dor relacionada com a prática da profissão.O conhecimento destes sinais de alerta torna possível a intervenção precoce e as prevenções secundária e terciária, evitando o agravamento da FM e o desenvolvimento de complicações. O êxito destas acções depende, contudo, dos profissionais dos cuidados primários de saúde conhecerem e valorizarem os factores que se associam, precedem e acompanham esta entidade, bem como os que agravam o seu prognóstico.Tratamento
A FM deve ser tratada nos cuidados primários de saúde.
Após o diagnóstico, uma explicação sobre a natureza da doença é crucial para o seu bom tratamento. O doente deve, também, ser informado sobre os seus factores de alívio e agravamento, sobre o habitual bom prognóstico da doença. O doente deve, ainda, ser aconselhado sobre estilos de vida, prática e tipo de exercício e atitudes de relaxamento.
Os fármacos utilizados, com mais eficácia, são os analgésicos, os anti-depressivos tricíclicos e os inibidores selectivos de recaptação da serotonina, os relaxantes musculares e os indutores do sono.
A prática regular de exercício físico está indicada.
Outras formas terapêuticas, bem como a intervenção da reumatologia, psiquiatria e outras especialidades médicas ou de outros profissionais de saúde não médicos são necessárias com alguma frequência.Acompanhamento
A FM não causa deformações ou incapacidade física permanentes, mas muitos doentes são intolerantes à medicação e, dos que a toleram, menos de 50% apresentam melhorias significativas.
Nos centros especializados a taxa de sucessos terapêuticos chega a atingir 60%.As profissões que exigem a manutenção prolongada na mesma postura, movimentos repetitivos e elevação frequente e/ou mantida dos membros superiores, são as mais difíceis de tolerar.A experiência evidencia que, em geral, o doente reformado antecipadamente devido à FM, piora posteriormente em resultado dos seguintes factores:
a) menor actividade física;
b) redução dos ambientes distrativos;
c) agravamento da depressão;
d) sentimentos de inutilidade;
e) maior disponibilidade para pensar na doença.Os doentes fibromiálgicos devem ser periodicamente avaliados, quer sobre a evolução das queixas, quer acerca de eventuais efeitos adversos da terapêutica.
Não existem critérios de remissão da doença mas, tendo em conta os objectivos do tratamento, a dor deve ser avaliada com instrumentos de medida validados.É essencial a comparação sistemática dos seguintes parâmetros em relação às avaliações anteriores:
a) nível de actividade;
b) perfeccionismo;
c) assertividade;
d) capacidade de lidar com as dificuldades e o stress;
e) sensibilidade à dor;
f) depressão;
g) alterações do sono;
h) ansiedade/angústia.
Para alguns destes pontos pode ser importante obter informação juntos dos conviventes directos do doente.A periodicidade do acompanhamento depende da gravidade da FM e das características das entidades associadas.
Referenciação
Em cerca de 60 a 70% dos doentes com FM verifica-se ineficácia terapêutica e/ou intolerância medicamentosa, por vezes importante. Nestes casos, está indicada a referenciação à reumatologia para reavaliação e eventual orientação terapêutica.
Fazer a descarga do documento completo aqui.
Isto não desculpa, de forma alguma, o mau trabalho feito pela jornalista. Para ela será só mais um tema, para nós é o que nos mudou a vida.
Sabe, senhora jornalista? Nem tudo o que está escrito é. A senhora acabou de dar a melhor prova disso mesmo.
Desculpe-me quem escreveu isto...mas que disparate é este????
ResponderEliminar"A experiência evidencia que, em geral, o doente reformado antecipadamente devido à FM, piora posteriormente em resultado dos seguintes factores:
a) menor actividade física;( sim, se o doente precisar de mais actividade física pode recorrer `fisioterapia ou pequenos percursos a pé em ambiente descontraído e não sob pressão, certo???)
b) redução dos ambientes distrativos;( o local de trabalho é um ambiente de diversão? Talvez os trabalhadores do Teatro ou do Circo...)
c) agravamento da depressão; ( quem diria, por acaso existem os antidepressivos)
d) sentimentos de inutilidade; ( inutilidade é uma pessoa querer trabalhar e não conseguir dar o seu melhor, sentindo-se diminuída sim, em relação aos colegas de trabalho)
e) maior disponibilidade para pensar na doença. ( Que engraçado! A dor não escolha horas e quando se está com dores ou cansaço extremo, não se pode deixar de pensar que tem uma doença!).
O responsável pelo documento será o Ministro da Saúde à época e o documento está assinado pelo Director Geral e Alto Comissário da Saúde, Prof. Doutor José Pereira Miguel.
ResponderEliminarIsto ultrapassa o disparate mas existe, está em vigor, está válido perante os profissionais de saúde portugueses e para os jornalistas, como ficou evidente nesta reportagem do Expresso.
Mudar este documento será uma batalha urgente na já longa guerra que travamos pelo respeito ao doente fibromiálgico.
Grosseira desinformação do Expresso.
ResponderEliminarComo pode uma simples pessoa escrever e afirmar tamanho disparate.
ResponderEliminarPoucos detalhes de verdade.
#Eusoufibromialgica