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10 de março de 2015

Controle da dor crónica através da sensibilidade térmica - estudo


Investigadores espanhóis descobriram um mecanismo molecular que regula a sensibilidade térmica. Esta descoberta poderá abrir caminho para o desenvolvimento de fármacos mais selectivos contra certas formas de dor crónica, especialmente  as que se caracterizam por hipersensibilidade às baixas temperaturas.

O estudo, que foi liderado por investigadores do Instituto de Neurociencias de Alicante e contou com a colaboração de cientistas do departamento de Farmacologia da Universidade de Virgínia (EUA), foi publicado na revista 'Cell Reports'.

Os neurónios sensoriais formam uma rede densa de terminações nervosas na pele que actuam como detectores moleculares dos estímulos ambientais, tais como a pressão, a temperatura ou as substâncias irritantes. Estas terminações nervosas são capazes de distinguir, com grande precisão, os estímulos inócuos dos danosos ou dolorosos.

Para além disso "funcionam como pequenos reguladores moleculares que ajustam de forma dinâmica a sua sensibilidade e a sua reacção aos estímulos, em função de outras condições como, por exemplo, os processos inflamatórios ou certas patologias que afectam os nervos periféricos."

O investigador Félix Viana explica que "para descobrir este novo canal iónico, que actua como modulador molecular dos receptores sensoriais aos estímulos térmicos, usamos um ratinho modificado geneticamente para poder identificar de forma selectiva um subgrupo de neurónios sensoriais especializado em detectar os sinais de frio ambiental."

"Depois, purificamos este subgrupo com técnicas especiais de cítometria de fluxo, uma técnica baseada na utilização de laser para a separação física de partículas de acordo com as suas propriedades, e analisamos os canais iónicos na sua membrana", acrecenta.

Assim, descobriram que um destes canais, "um canal de potássio conhecido como TASK-3", se expressava de forma diferente, no tal subgrupo de receptores térmicos.

A eliminação desta proteína mediante técnicas genéticas ou farmacológicas aumentou a sensibilidade destes neurónios aos estímulos térmicos, modificando os seus limites de resposta.
"A consequência foi uma maior sensibilidade aos estímulos térmicos nos animais modificados geneticamente", acrescenta Cruz Morenilla

No futuro, esperam que o tratamento com activadores selectivos destes canais permita restabelecer os valores normais de actividade e sensibilidade destes neurónios, "algo que poderia funcionar como uma nova terapia a aplicar nos pacientes afectados por patologias dolorosas relacionadas com a hipersensibilidade térmica", conclui Viana.


in
baseado no Original:
artigo na revista Cell Reports - Ion Channel Profile of TRPM8 Cold Receptors Reveals a Role of TASK-3 Potassium Channels in Thermosensation
Cruz Morenilla-Palao, Enoch Luis, Carlos Fernández-Peña, Eva Quintero, Janelle L. Weaver, Douglas A. Bayliss, Félix Viana
Cell Reports, Vol. 8, Issue 5, p1571–1582

(publicado online a 4 de Setembro de 2014)


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