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23 de julho de 2015

Fibromialgia: é uma questão de atitude?



"Será realmente uma questão de atitude?

Ontem recebi um e-mail, como tantos outros, onde se lia que a fibromialgia é uma questão de atitude.

Muitos enviam estas mensagens quando vêm no mural do facebook vivências extremas que precisam de ser gritadas... leio todas, e a minha impotência é total!

Quando vejo alguém jovem arvorar esta bandeira, a da atitude na fibromialgia, como a liberdade, a panacéia, a saída da doença, vejo que à sua frente se aproxima um futuro cheio de esperança. Quem sabe esta pessoa vai conviver melhor com esta doença... oxalá. De qualquer forma o futuro há-de ser vivido.

A fibromialgia é uma questão de atitude quando te aparece e te desmoraliza. Pode acontecer a todos, todos temos os nossos limites, a nossa resistência e, muitas vezes, barreiras que não se conseguem transpôr.

A fibromialgia é uma questão de atitude quando a depressão entra no jogo, quando já não se pode mais e, no desespero de conseguir ajuda, afundas-te, rendes-te, deixas-te levar; já nada importa e a depressão é uma doença grave, demasiado grave para ser encarada com ligeireza. Afortunadamente a depressão está um passo à frente no que diz respeito a reivindicações e direitos... afortunadamente. As primeiras incapacidades que se conseguiram para fibromiálgicos estavam associadas a depressões graves e, por isso, eram concedidas.

A fibromialgia não é uma questão de atitude, NÃO, não apenas de atitude, seria demasiado simples.

Conheço centenas de mulheres empreendedoras, comprometidas, activas, dedicadas à sua família e à sua vida, com muito para dar mas, desgraçadamente, pouco para receber.

Conheço também pessoas que, quando a doença apareceu, tinham essa opinião, a importância da atitude perante a enfermidade. Anos depois a atitude deu um passo atrás para dar lugar à terrível depressão. É preciso não baixar a guarda, a doença como a vida são lutas diárias e todos podemos, um dia, render-nos, a qualquer momento.

A fibromialgia é uma questão de atitude quando esta é recíproca: quando os mais próximos se envolvem, quando no trabalho te tratam como mereces, quando os teus filhos compreendem, quando os teus pais te mimam e se sentem orgulhosos pela tua luta.

Há por aí milhares de mulheres que nunca precisam, que apenas dão e se esforçam dia após dia pelos seus sonhos e lutam contra uma doença que não as consegue superar. Essas são as vozes que já não se ouvem porque já não precisam de justificar-se perante nada nem ninguém. Profissionais brilhantes, mães excepcionais, as espinhas dorsais das suas casas.

Mulheres que decidiram lutar dia a dia porque no preciso momento em que se afastam para terem um tempo a sós com a sua doença, tudo se desmorona, profissão, filhos, marido, família, amigos; medicadas até às orelhas para serem capazes de suportar a dor; essa é a atitude... a luta diária em silêncio. Sacrificar a saúde pelo conforto de todos os outros.

A todos os meus companheiros de caminho,

Carmen Martin"



mais um texto / testemunho de Carmen Martin
Original em castelhano @ Fibromialgia Notícias


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