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5 de maio de 2015

Intolerância ao calor - uma explicação científica


Faço esta publicação, um pouco "árida", com o intuito de  mostrar que existem estudos científicos que demonstram alteração em processos fisiológicos em pacientes com fibromialgia. 

Até que ponto será válido afirmar que a fibromialgia é uma doença psicossomática?
Ou seja, uma doença caracterizada por sinais e manifestações apresentadas pelo corpo, onde os exames médicos não conseguem descobrir uma origem orgânica ou biológica para o sintoma. Quando isso acontece os médicos costumam dizer: “Você não tem nada, isso é psicológico”, ou dizem: “isso é coisa da sua cabeça”.
Porque não poderei eu exigir que me provem tal como um facto que, para mim, é invisível?

Ninguém nega a existência de doenças auto-imunes; estas são detectadas e comprovadas por análises e exames. No entanto, vários dos sintomas da fibromialgia são coincidentes com os destas doenças.

Em meu entender eu tenho todo o direito de dizer que ainda não há conhecimento suficiente para os médicos NEGAREM a existência de UMA DOENÇA ou, sequer, afirmarem que é psicossomática. 

Somos milhões de pessoas em todo o mundo a sentirem os mesmos sintomas, em maior ou menor grau, com mais ou menos incómodo. Quando leio artigos que pretendem comparar a fibromialgia a uma espécie de histeria colectiva ou que, pura e simplesmente, a ligam à neurastenia, fico irritada, revoltada e profundamente triste. Existem diferenças evidentes que distinguem a fibromialgia destes fenómenos. 

Não seria muito mais simples dizerem "Não sei o suficiente para determinar o que é" ?

Adiante... Este desabafo também tem a ver com o facto de eu estar empenhada em lutar por avanços nas investigações, reconhecimento dos doentes e da sua dignidade, apoio pelas entidades governamentais, sensibilização da sociedade, etc. etc. Se não formos nós, os fibromiálgicos, a impulsionar tudo isso, quem o fará? A responsabilidade é de todos e cada um de nós.
Procurem informação, partilhem informação, desempenhem um papel activo para resolver um problema que é vosso. Dito isto, aqui fica mais uma informação sobre estudos científicos que comprovam a existência de um processo fisiológico como causa de um dos sintomas que nos aflige.

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A intolerância ao calor é um problema comum nos pacientes com fibromialgia, fadiga crónica e doenças autoimunes. Num estudo publicado em 2011, investigadores suecos descobriram que, mais de 70% dos pacientes com esclerose múltipla, sentem, com intensidades diferentes, intolerância ao calor. Os fibromiálgicos referem que, mal a temperatura ambiente sobe, se sentem "sobreaquecidos". Por sua vez, o calor exacerba os sintomas destas doenças.

A intolerância ao calor e o óxido nítrico

O óxido nítrico é um gás de forma livre que actua para controlar o fluxo de sangue no corpo. A creatina é uma substância sintetizada no fígado e presente nas fibras musculares e nas células nervosas. O óxido nítrico e creatina podem ter benefícios de saúde e fitness sinérgicos, mas também podem causar efeitos secundários em algumas pessoas. 

A intolerância ao calor em pacientes com fibromialgia, síndrome de fadiga crónica e doenças auto-imunes estará ligada a níveis elevados de óxido nítrico.


Como o seguinte estudo explica, durante o sobreaquecimento de todo o corpo, o aumento do fluxo da corrente sanguínea na pele humana, desempenha um papel fundamental na dissipação do calor e, já vários estudos demonstraram, que o óxido nítrico participa neste processo.
'In vivo vasodilating mechanisms: who's NOS involved?'
Sigaudo-Roussel D, et.al. 2008. J Physiol. 586(Pt 3): 689–690.


No seguinte estudo, publicado em 'Neurology', os investigadores monitorizaram pacientes com esclerose múltipla aos quais foi induzida fadiga através do calor. Os pacientes foram arrefecidos com roupa especial e relataram melhoria significativa na fadiga sentida. Os cientistas observaram que a temperatura no interior do corpo não desceu durante a experiência, o que seria de esperar, já que os mecanismos do corpo para manter estáveis as temperaturas no seu interior, são estáveis. No entanto, os níveis de óxido nítrico baixaram durante o arrefecimento dos pacientes.
'Cooling garment treatment in MS: clinical improvement and decrease in leukocyte NO production.'
Beenakker EA, et. al. 2001. Neurology. 57(5):892-4.


Níveis elevados de óxido nítrico nas doenças auto-imunes, síndrome de fadiga crónica e fibromialgia

Os pacientes afectados por estas doenças apresentam níveis elevados de óxido nítrico, devido à falta de enzimas necessárias à digestão de proteínas. Estes níveis elevados desempenham um papel importante nos processos que ocorrem nestas doenças. Por exemplo, no estudo seguinte os investigadores chegaram à conclusão que as doenças inflamatórias, como a artrite reumatóide, estão associadas à produção excessiva de óxido nítrico e este desempenha um papel importante na origem da inflamação das articulações e danos dos tecidos.
 "Inflammatory diseases such as rheumatoid arthritis (RA) are associated with increased production of nitric oxide (NO)...NO plays a causal role in the pathogenesis of joint inflammation and tissue damage..."
Hocking L, et. al. Rheumatology (Oxford). 2000 Sep;39(9):1004-8.


Os estudos seguintes também confirmam níveis elevados de óxido nítrico em pacientes com esclerose múltipla, síndrome de Sjögren, esclerodermia, fibromialgia, síndrome da fadiga crónica, doença de Behcet e lúpus.

Esclerose múltipla
Govannoni G, et. al. 1998. Mult Scler. 4(3):212-6.

Síndrome de Sjogren
"Elevated nitric oxide production in patients with primary Sjögren's syndrome." Wanchu A1, et. al. Clin Rheumatol. 2000;19(5):360-4.

Esclerodermia
"Modulation of Fibrosis in Systemic Sclerosis by Nitric Oxide and Antioxidants"Centre for Rheumatology and Connective Tissue Disease, University College London Medical School, Royal Free Campus, London NW3 2PF, UK; Institute of Structural and Molecular Biology, University College London Medical School, Gower Street, London WC1E 6BT, UK

(...)

Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica

"Arginase, NOS activities, and clinical features in fibromyalgia patients"Department of Physical Medicine, Medical Faculty, Mersin University, Mersin, Turkey. mybcimen@mersin.edu.tr

School of Molecular Biosciences, Washington State University, Pullman, WA, 99164-4660, USA

Conclusão:
A intolerância ao calor em pacientes com fibromialgia, síndrome de fadiga crónica e doenças auto-imunes está ligada aos níveis elevados de óxido nítrico.
O óxido nítrico tem níveis elevados devido à falta de enzimas necessárias à digestão de proteínas que fazem parte da dieta - protease e DNase 1.
Todos os sintomas e descobertas científica válidas na fibromialgia, síndrome de fadiga crónica e doenças auto-imunes podem ser directamente ligadas à falta destas enzimas, incluindo a intolerância ao calor.
Os níveis destas enzimas podem ser repostos através da mudança do estilo de vida e da dieta.

@ Autoimmune The Cause And The Cure
@ PubMed

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6 comentários:

  1. Por favor, me enviem a dieta. Quero voltar a ter vida e disposição.

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  2. Por favor, me enviem a dieta. Quero voltar a ter vida e disposição.

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  3. E vdd e terrível ser tratada como se fosse a culpada pela dor se possível gostaria de receber informações meu imal mperola-perola@hotmail.com

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  4. Qdo a temperatura ultrapassa a 25graus meu mundo que não é nada bom desaba

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  5. O pior de tudo a pessoa doente não é compreendida, e mal vista ; pois as pessoas não buscam conhecer a síndrome da fibromialgia e oferecer o seu apoio...

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  6. Tenho fibromialgia sou médica passo super mal com calor na verdade tenho a sensação que vou morrer se não correr para um local com ar condicionado moro em sp e sou super incompreendida pelas pessoas até mesmos por colegas médicos que infelizmente desconhecem esta realidade. Meu marido e familiares acham que é exagero quando estamos nos dias de verão em que sp chega a ter 40 graus eu me sentir super mal. É um sintoma que me chateia muito muito mesmo.

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