Faço esta publicação, um pouco "árida", com o intuito de mostrar que existem estudos científicos que demonstram alteração em processos fisiológicos em pacientes com fibromialgia.
Até que ponto será válido afirmar que a fibromialgia é uma doença psicossomática?
Ou seja, uma doença caracterizada por sinais e manifestações apresentadas pelo
corpo, onde os exames médicos não conseguem descobrir uma origem
orgânica ou biológica para o sintoma. Quando isso acontece os médicos
costumam dizer: “Você não tem nada, isso é psicológico”, ou dizem: “isso
é coisa da sua cabeça”.
Porque não poderei eu exigir que me provem tal como um facto que, para mim, é invisível?
Ninguém nega a existência de doenças auto-imunes; estas são detectadas e comprovadas por análises e exames. No entanto, vários dos sintomas da fibromialgia são coincidentes com os destas doenças.
Em meu entender eu tenho todo o direito de dizer que ainda não há conhecimento suficiente para os médicos NEGAREM a existência de UMA DOENÇA ou, sequer, afirmarem que é psicossomática.
Somos milhões de pessoas em todo o mundo a sentirem os mesmos sintomas, em maior ou menor grau, com mais ou menos incómodo. Quando leio artigos que pretendem comparar a fibromialgia a uma espécie de histeria colectiva ou que, pura e simplesmente, a ligam à neurastenia, fico irritada, revoltada e profundamente triste. Existem diferenças evidentes que distinguem a fibromialgia destes fenómenos.
Não seria muito mais simples dizerem "Não sei o suficiente para determinar o que é" ?
Adiante... Este desabafo também tem a ver com o facto de eu estar empenhada em lutar por avanços nas investigações, reconhecimento dos doentes e da sua dignidade, apoio pelas entidades governamentais, sensibilização da sociedade, etc. etc. Se não formos nós, os fibromiálgicos, a impulsionar tudo isso, quem o fará? A responsabilidade é de todos e cada um de nós.
Procurem informação, partilhem informação, desempenhem um papel activo para resolver um problema que é vosso. Dito isto, aqui fica mais uma informação sobre estudos científicos que comprovam a existência de um processo fisiológico como causa de um dos sintomas que nos aflige.
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A intolerância ao calor é um problema comum nos pacientes com fibromialgia, fadiga crónica e doenças autoimunes. Num estudo publicado em 2011, investigadores suecos descobriram que,
mais de 70% dos pacientes com esclerose múltipla, sentem, com
intensidades diferentes, intolerância ao calor. Os fibromiálgicos referem que, mal a temperatura ambiente sobe, se sentem "sobreaquecidos". Por sua vez, o calor exacerba os sintomas destas doenças.
A intolerância ao calor e o óxido nítrico
O óxido nítrico é um gás de forma
livre que actua para controlar o fluxo de sangue no corpo. A creatina é
uma substância sintetizada no fígado e presente nas fibras musculares e nas células nervosas. O óxido nítrico e creatina
podem ter benefícios de saúde e fitness sinérgicos, mas também podem
causar efeitos secundários em algumas pessoas.
A intolerância ao calor em pacientes com fibromialgia, síndrome de fadiga crónica e doenças auto-imunes estará ligada a níveis elevados de óxido nítrico.
Como o seguinte estudo explica, durante o sobreaquecimento de todo o corpo, o aumento do fluxo da corrente sanguínea na pele humana, desempenha um papel fundamental na dissipação do calor e, já vários estudos demonstraram, que o óxido nítrico participa neste processo.
'In vivo vasodilating mechanisms: who's NOS involved?'
Sigaudo-Roussel D, et.al. 2008. J Physiol. 586(Pt 3): 689–690.
No seguinte estudo, publicado em 'Neurology', os investigadores monitorizaram pacientes com esclerose múltipla aos quais foi induzida fadiga através do calor. Os pacientes foram arrefecidos com roupa especial e relataram melhoria significativa na fadiga sentida. Os cientistas observaram que a temperatura no interior do corpo não desceu durante a experiência, o que seria de esperar, já que os mecanismos do corpo para manter estáveis as temperaturas no seu interior, são estáveis. No entanto, os níveis de óxido nítrico baixaram durante o arrefecimento dos pacientes.
'Cooling garment treatment in MS: clinical improvement and decrease in leukocyte NO production.'
Beenakker EA, et. al. 2001. Neurology. 57(5):892-4.
Níveis elevados de óxido nítrico nas doenças auto-imunes, síndrome de fadiga crónica e fibromialgia
Os pacientes afectados por estas doenças apresentam níveis elevados de óxido nítrico, devido à falta de enzimas necessárias à digestão de proteínas. Estes níveis elevados desempenham um papel importante nos processos que ocorrem nestas doenças. Por exemplo, no estudo seguinte os investigadores chegaram à conclusão que as doenças inflamatórias, como a artrite reumatóide, estão associadas à produção excessiva de óxido nítrico e este desempenha um papel importante na origem da inflamação das articulações e danos dos tecidos.
"Inflammatory diseases such as rheumatoid arthritis (RA) are
associated with increased production of nitric oxide (NO)...NO plays a
causal role in the pathogenesis of joint inflammation and tissue
damage..."
Hocking L, et. al. Rheumatology (Oxford). 2000 Sep;39(9):1004-8.
Os estudos seguintes também confirmam níveis elevados de óxido nítrico em pacientes com esclerose múltipla, síndrome de Sjögren, esclerodermia, fibromialgia, síndrome da fadiga crónica, doença de Behcet e lúpus.
Esclerose múltipla
Govannoni G, et. al. 1998. Mult Scler. 4(3):212-6. Síndrome de Sjogren
"Elevated nitric oxide production in patients with primary Sjögren's syndrome." Wanchu A1, et. al. Clin Rheumatol. 2000;19(5):360-4.
Esclerodermia
Esclerodermia
"Modulation of Fibrosis in Systemic Sclerosis by Nitric Oxide and Antioxidants"Centre for Rheumatology and Connective Tissue Disease, University College London Medical School, Royal Free Campus, London NW3 2PF, UK; Institute of Structural and Molecular Biology, University College London Medical School, Gower Street, London WC1E 6BT, UK
(...)
(...)
Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica
"Arginase, NOS activities, and clinical features in fibromyalgia patients"Department of Physical Medicine, Medical Faculty, Mersin University, Mersin, Turkey. mybcimen@mersin.edu.tr
School of Molecular Biosciences, Washington State University, Pullman, WA, 99164-4660, USA
Conclusão:
A intolerância ao calor em pacientes com fibromialgia, síndrome de fadiga crónica e doenças auto-imunes está ligada aos níveis elevados de óxido nítrico.
O óxido nítrico tem níveis elevados devido à falta de enzimas necessárias à digestão de proteínas que fazem parte da dieta - protease e DNase 1.
Todos os sintomas e descobertas científica válidas na fibromialgia, síndrome de fadiga crónica e doenças auto-imunes podem ser directamente ligadas à falta destas enzimas, incluindo a intolerância ao calor.
Os níveis destas enzimas podem ser repostos através da mudança do estilo de vida e da dieta.
@ Autoimmune The Cause And The Cure
@ PubMed
Por favor, me enviem a dieta. Quero voltar a ter vida e disposição.
ResponderEliminarPor favor, me enviem a dieta. Quero voltar a ter vida e disposição.
ResponderEliminarE vdd e terrível ser tratada como se fosse a culpada pela dor se possível gostaria de receber informações meu imal mperola-perola@hotmail.com
ResponderEliminarQdo a temperatura ultrapassa a 25graus meu mundo que não é nada bom desaba
ResponderEliminarO pior de tudo a pessoa doente não é compreendida, e mal vista ; pois as pessoas não buscam conhecer a síndrome da fibromialgia e oferecer o seu apoio...
ResponderEliminarTenho fibromialgia sou médica passo super mal com calor na verdade tenho a sensação que vou morrer se não correr para um local com ar condicionado moro em sp e sou super incompreendida pelas pessoas até mesmos por colegas médicos que infelizmente desconhecem esta realidade. Meu marido e familiares acham que é exagero quando estamos nos dias de verão em que sp chega a ter 40 graus eu me sentir super mal. É um sintoma que me chateia muito muito mesmo.
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