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16 de abril de 2015

Quando a doença acaba com carreiras brilhantes


Hospital Vall d' Hebron
Este artigo é de 2008 mas ainda assim mantém-se alguma dolorosa actualidade. Pareceu-me interessante partilhar esta informação porque consegue dar-nos uma perspectiva do que se avançou, ou não, no conhecimento da síndrome da fadiga crónica ou da fibromialgia. Também porque penso que seja demolidora daquela 'teoria brilhante' que as pacientes sejam pessoas de 'baixo nível educacional'.


Esta doença causa não só fadiga crónica mas também disfunção cognitiva.
Uma professora de matemática, 35 anos, que não consegue fazer contas de dividir.
Uma professora catedrática que não consegue concentrar-se o suficiente para ler e perdeu a fluência verbal...
Dezenas de mulheres jovens e brilhantes que vêm a sua carreira e a sua vida destroçadas por causa do síndrome de fadiga crónica (SFC).

Os estudos sobre esta doença definem cada vez com mais exactidão um perfil para a maioria dos doentes: mulher, jovem - aproximadamente 35 anos - perfeccionista e muito activa.
"A maioria não consegue trabalhar", afirma José Alegre, da unidade de fadiga crónica do Hospital 'Vall d' Hebron'.

O principal critério de diagnóstico do SFC é "uma fadiga severa que o paciente experimenta desde que se levanta, prolongada por mais de 6 meses, que não melhora com o repouso e que limita seriamente a actividade diária", explica o Dr. Alegre. Porém, a par deste cansaço físico, o que não é tão conhecida é a disfunção cognitiva de que também sofrem os atingidos.

Pouco oxigénio no cérebro
"A deterioração é observável em imagens do cérebro das pacientes, onde se pode ver que as células cerebrais recebem pouco oxigénio", explica o médico. O processo é muito traiçoeiro porque, quanto mais as pessoas tentam fazer alguma actividade que não conseguem fazer, mais diminui o fluxo sanguíneo ao cérebro.

As investigações procuram factores genéticos
São conhecidos casos em crianças e adolescentes. "No Hospital Vall d' Hebron controlamos 18 famílias, de perto", explica o Dr. Alegre. Para além disso o Estado espanhol criou um banco de ADN com sede em Salamanca, para onde se enviam amostras de pacientes com síndrome de fadiga crónica e fibromialgia, a partir de 5 centros de referência. Para que a doença apareça, "ao factor genético deve juntar-se um factor desencadeante", explica o médico.
Estes factores desencadeantes são, ainda, desconhecidos, mas fala-se de exposição a químicos, stress, alimentação...

A síndrome da fadiga crónica afecta 1,5% da população entre 30 e 50 anos e, por cada homem, 8 mulheres são afectadas, tal como acontece com 'outras doenças imunológicas'.

O Dr. José Alegre mostra-se optimista no que diz respeito ao desenvolvimento de novos fármacos  que ajudem a regular a resposta imune que, nestes doentes está alterada. "Existem perspectivas de, pelo menos, se encontrarem medicamentos que parem a possível evolução da doença."


Edição | Fibromialgia.nom.es 17-05-2008
Fonte | SINC/ DICYT 12-03-2008
Escrito por Marta Ciércoles
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