A síndrome do intestino irritável é, vulgarmente, conhecida como “colite nervosa”, “colite espástica, “cólon irritável” ou “doença funcional do intestino”. Trata-se de uma perturbação motora do tubo digestivo que origina uma grande diversidade de sintomas digestivos crónicos ou recorrentes (dor abdominal, obstipação, diarreia, sensação de gás e distensão abdominal) na ausência de uma causa orgânica detectável.
A designação de intestino irritável deve-se ao facto de, nestes doentes, o tecido muscular do intestino ser mais sensível e reagir mais intensamente a estímulos habituais, como a alimentação e o stress. Essa disfunção muscular pode ocasionar atraso ou aceleração no movimento intestinal e, consequentemente, alteração na frequência, forma ou consistência das fezes.
A designação de intestino irritável deve-se ao facto de, nestes doentes, o tecido muscular do intestino ser mais sensível e reagir mais intensamente a estímulos habituais, como a alimentação e o stress. Essa disfunção muscular pode ocasionar atraso ou aceleração no movimento intestinal e, consequentemente, alteração na frequência, forma ou consistência das fezes.
Trata-se, portanto, de uma alteração funcional e não orgânica, ou seja, existem sintomas na ausência de uma lesão do intestino. Como tal, a síndrome do cólon irritável não é uma doença mas antes um conjunto de sintomas que ocorrem em conjunto. Esta designação pretende traduzir a natureza física e mental desta perturbação.
Quais as causas da Síndrome do Cólon Irritável?
Algumas das causas possíveis são alterações a nível da sinalização entre o cérebro e intestino, determinando alterações nos hábitos intestinais, dor e desconforto; alterações da mobilidade gastrintestinal, causando diarreia, obstipação ou espasmos intestinais; hipersensibilidade intestinal, com maior reactividade à distensão causada por gases ou fezes; problemas mentais como ansiedade, depressão, ataques de pânico, stress pós-traumático, antecedentes de abuso sexual; gastrenterite bacteriana; proliferação bacteriana excessiva no intestino delgado que produzem gases, diarreia e perda de peso; alterações nos níveis de neurotransmissores; factores genéticos; sensibilidade a alguns alimentos, como os ricos em carbohidratos, alimentos picantes, café e álcool.
Como se manifesta a Síndroma do Cólon Irritável?
Os sintomas mais comuns são a dor ou desconforto abdominal, associada a diarreia, obstipação ou ambas.
A síndrome do cólon irritável pode causar diarreia três ou mais vezes por dia, com uma sensação de urgência; obstipação com três ou menos evacuações por semana de fezes duras; sensação de evacuação incompleta; presença de muco nas fezes e flatulência (eliminação de gases). Os sintomas podem manifestar-se após uma refeição e devem ocorrer pelo menos três vezes por mês.
A dor abdominal é frequentemente desencadeada pela ingestão de alimentos e alivia após a defecação ou emissão de gases. A dor localiza-se, geralmente, na parte inferior do abdómen. Pode ocorrer distensão e sensação de gás abdominal. Os doentes apresentam, geralmente, vários destes sintomas durante longos períodos de tempo. Podem associar-se a outros sintomas do aparelho digestivo, como digestão difícil, bem como a sintomas de outros órgãos (urinário, genital, músculo-esquelético). Geralmente, não se verifica a presença de sangue nas fezes, emagrecimento ou febre.
Os sintomas são agravados pelo stress e ansiedade.
Os sintomas são agravados pelo stress e ansiedade.
Como se trata a Síndrome do Cólon Irritável?
Não existe cura para a síndrome do cólon irritável mas os sintomas podem ser aliviados mediante uma combinação de alterações na dieta, medicamentos, uso de probióticos e tratamento dos problemas mentais associados.
O exercício físico e o controlo do stress são dois aspectos igualmente muito importantes.
O tabaco pode contribuir para o agravamento dos sintomas associados à síndrome do cólon irritável, pelo que é importante evitá-lo.
Alterações na dieta:
- É importante fazer refeições mais pequenas e mais frequentes, de modo a se reduzir a incidência de caimbras ou diarreia.
- Devem-se privilegiar os alimentos pobres em gordura e ricos em carbohidratos, como pastas, arroz, cereais, frutas e vegetais.
- Devem-se evitar os alimentos que tendem a acentuar os sintomas, como os ricos em gordura, derivados do leite, café, álcool, adoçantes artificiais, alimentos que aumentam a formação de gás, como o feijão e as couves.
- A fibra pode reduzir a obstipação mas aumentar a formação de gás, pelo que deve ser introduzida de um modo acompanhado.
Os probióticos são microrganismos vivos, de um modo geral bactérias, semelhantes aos que existem em condições normais no intestino. A sua administração em grandes quantidades tende a melhorar os sintomas do cólon irritável.
O vídeo seguinte é a segunda parte de uma palestra feita pela Dra. Amaya Flores, sobre vários distúrbios intestinais e a sua abordagem terapêutica através da nutrição e da fitoterapia (terapêutica baseada no uso medicinal de plantas).
A Dra. Amaya Flores é licenciada em Medicina e Cirurgia Geral pela Universidade de Navarra, especialista em Nutrição Energética, Homeopatia e Fitoterapia. É ainda mestre em Medicina Manual e Homotoxicologia Aplicada pela Universidade Complutense de Madrid. Colabora com a AFINA (Associação de Fibromialgia, Síndrome de Fadiga Crónica e Síndrome de Sensibilidade Química Múltipla).
vídeo Fibromialgia e Inflamação Intestinal - parte 2
Fontes:
Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, 2013
The National Digestive Diseases Information Clearinghouse, Julho de 2012
The IBS Treatment Center, 2012
eMedicineHealth, 2013
Yoon SL e col., Management of irritable bowel syndrome (IBS) in adults: conventional and complementary/alternative approaches, Altern Med Rev. 2011 Jun;16(2):134-51.
Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, 2013
The National Digestive Diseases Information Clearinghouse, Julho de 2012
The IBS Treatment Center, 2012
eMedicineHealth, 2013
Yoon SL e col., Management of irritable bowel syndrome (IBS) in adults: conventional and complementary/alternative approaches, Altern Med Rev. 2011 Jun;16(2):134-51.
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