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Notícias
10 de abril de 2015

9 de Abril em Lisboa


Câmara Municipal do Porto
Bom dia, guerreiras fibro e fibro amigos,

conforme previsto lá fomos ontem a Lisboa, em direcção ao Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social. 
Saímos do Porto pouco depois das 10h30. Não eramos muitos, houve pessoas que reservaram lugar e não conseguiram estar suficientemente bem para fazer esta viagem, mas estavamos todas animadas. Com umas voltinhas de pé, umas costas para a frente ou para trás, lá nos fomos aguentando.

A Dra. Fernanda Margarida, presidente da APDF, uma autêntica "bomba de energia", aproveitou parte da viagem para nos esclarecer àcerca de alguns dos passos já dados na luta pelos direitos dos doentes fibromiálgicos. A conversa e troca de experiências esteve animada durante toda a viagem. Pudemos ver 'ao vivo e a cores' algumas pessoas que conhecíamos apenas 'do facebook' e outras com quem nunca nos tinhamos cruzado e o ambiente esteve sempre com muito boa energia.


breve paragem na Mealhada
Fomos parando pelo caminho para recolher mais companheiras na doença mas só saímos do autocarro por minutos na Mealhada. 
Não tivemos tempo para parar e comer porque o grande objectivo era estar na Praça de Londres às 14h30. Assim foi. Assim que o autocarro parou começou a chover o que serviu apenas para nos dar as boas-vindas. Passado pouco tempo já tinhamos sol e calorzinho.

Lá tinhamos o carro de som a partir do qual se ouvia o hino da APDF, tranquilo e encorajador. Estavam também algumas companheiras à nossa espera, menos do que nós gostaríamos que estivessem. Ainda íamos ouvindo 'fulana não pode vir porque não conseguiu levantar-se', sicrana isto ou aquilo. Posso dizer-vos que gostaria de ter visto mais pessoas mas, ainda assim conseguimos formar uma representação condigna. Tinhamos t-shirts, cartazes e muita tranquilidade, muita dignidade (a grande maioria de nós...).

Ministério da Solid., Emprego e Seg. Social
A Dra. Margarida entrou no Ministério para a reunião marcada e todos os outros estiveram no jardim em frente, a aguardar notícias. Claro que, atendendo às nossas amigas dores, à rigidez e outros privilégios que temos, umas sentavam-se nos bancos de jardim enquanto outras permaneciam de pé e assim a "frente" nunca ficou descomposta.

A presidente da APDF lá saiu, revoltada porque, conforme se previa, foi recebida por dois assessores do Secretário de Estado e não pelo próprio ou pelo Ministro, conforme se tinha pedido.
Assim, limitou-se a informar os senhores assessores de legislação que eles não conheciam, disse que pretendia falar com alguém que tivesse poder decisório e que preferia não "gastar o seu latim" simplesmente para transmitir um possível recado ao sr. Secretário de Estado. Como não nos receberam com dignidade e com o respeito que merecemos, a Dra. Margarida decidiu imediatamente ficar em vigília, até ser recebida pelo sr. Secretário de Estado ou pelo sr. Ministro.

Irá permanecer à porta do Ministério até que isto aconteça. Passou a noite, ficará sexta-feira todo o dia e, à hora de fecho do Ministério, vai aproveitar para ir a casa passar o sábado e o domingo para descansar. Segunda-feira lá estará novamente à porta do Ministério.

Daqui fica o meu apelo para que as pessoas com fibromialgia que estão em Lisboa ou alguém que as represente, se esforcem para fazer companhia à Dra. Margarida, como e quando puderem, porque ela precisa e merece. É ela que está a fazer o maior sacrifício para exigir direitos que já deviam ser nossos.

A TVI esteve presente, filmou, fez entrevistas. Esteve também um fotógrafo da Lusa.
A reportagem deveria ter sido emitida ontem, no noticiário das 20 h mas, tanto quanto percebi, não foi. Se alguém, porventura conseguiu ver alguma coisa, na TVI24, por exemplo ou nalgum jornal é importante que partilhe a informação.

Tínhamos "escolta policial", claro. Fomos tão tranquilas que os polícias deviam estar a dar graças por estarem de serviço à nossa concentração e não à manifestação dos antigos clientes do BES.
Despertamos alguma curiosidade em quem passava e parava a ler os cartazes e as t-shirts através dos quais passamos a nossa mensagem. Também dentro do ministério algumas pessoas nos observavam...

Estiveram presentes representantes do PCP e do BE (que já nos tinham manifestado o seu apoio durante a apresentação da nossa petição à Comissão Parlamentar de Saúde). A novidade é que, desta vez, também o PS nos garantiu apoio. Os políticos estiveram presentes de forma muito discreta, mas estiveram. Conversaram connosco, pediram mais informações e garantiram apoio. 
Podem dizer-me "ah, sim, eles dizem que apoiam e depois?". Eu digo que cada uma das pessoas, políticos ou não, a quem conseguirmos passar informação, cada pessoa que conseguirmos sensibilizar, conta.

Embora eu tencionasse ir publicando notícias e imagens durante o dia tal não aconteceu porque eu e a tecnologia nem sempre conseguimos chegar a acordo...

Pelas 17h estava previsto o regresso de quem viria para o norte. Não sem antes termos uma "aula de ginástica/relaxamento" pela presidente da APDF para nos ajudar a relaxar os músculos o mais possível antes de iniciarmos nova viagem (não tivesse sido a Dra. Margarida professora de educação física...).
Foi um momento muito bonito durante o qual os nossos movimentos estiveram em sintonia, ao som do hino da APDF, descontraidamente, algumas de pés descalços no relvado.

Tivemos que nos despedir de quem ficava e iniciar nova viagem, Liboa-Leiria-Mealhada-Porto. Paramos por 10 minutos na Mealhada, debaixo de chuva torrencial. Quem saiu do autocarro teve que fazer o resto da viagem com a roupa molhada no corpo.

Cheguei a casa às 22h30, a pensar "abençoados analgésicos, haja medicamento". Finalmente pude "desmaiar de cansaço". Hoje posso dizer que não me dói o cabelo... Posso também dizer que valeu a pena. Foi mais um passinho, mais uma acção, mais uma janela de visibilidade. Todas acreditamos que conseguimos passar a mensagem: "Não vamos ficar caladas nem inactivas, não vamos ceder até que consigamos condições de respeito e dignidade para cada um dos doentes fibromiálgicos em Portugal."



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2 comentários:

  1. Não desistiremos, não nos vamos deixar vencer pela doença, pelo menos quem tem um nível de doença mais baixo e consegue lutar pessoalmente pela doença. Estivemos juntos , em nome principalmente de quem não pode dar a cara derivado a esta doença ser ja incapacitante.
    NÓS EXISTIMOS...E VAMOS CONSEGUIR

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